ACTA em queda livre: Alemanha também desiste.

Anúncio alemão esquenta os ânimos, amanhã, no Dia Internacional de Ação conta o acordo.

Geraldine Juárez

Do portal ALT 1040

10/02/2012 – Amanhã, dia 11, ativistas celebram o Dia Internacional de Ação conta o ACTA. Mais de 200 protestos estão programados para diversas cidades do continente europeu. Para aquecer os ânimos dos ativistas para amanhã, a Alemanha anunciou oficialmente que não assinará o tratado, neste momento. Segundo informações do jornal Der Spiegel, o ministro de Assuntos Exteriores alemão deu instruções oficiais para não assinar o tratado até que o Parlamento Europeu se pronuncie a respeito.

O comissário de Comércio Karel de Gucht, que defende a aprovação do ACTA ferozmente, declarou que “os protestos não o impressionavam”. Suponho que a retirada do apoio ao ACTA de Polônia, República Checa, Eslováquia e agora também Latvia e Alemanha, tampouco o impressionam.

Em Latvia, o ministro da Economia, Daniels Pavluts, decidiu bloquear a ratificação do acordo devido aos protestos. “Apesar do feito de que o ACTA levou muitos anos para ser desenvolvido, todavia há alguns grupos da comunidade que estão preocupados a respeito, o que reflete a desconfiança pública no poder do Estado e seus órgãos. Essa atitude contra o governo surgiu recentemente, por falta de um diálogo genuíno entre o poder e a sociedade. Restabelecer essa confiança é a nova tarefa do governo”, disse o governante.

O presidente do grupo social-democrata,  Hannes Swoboda, declarou que depois da intensa reunião de terça-feira passada sobre o ACTA seu grupo tem ainda muitas dúvidas sobre a utilidade do tratado e do possível abuso por parte das autoridades: “Temos muitas dúvidas, seremos cuidados. Mas hoje não posso ver os social-democratas aderirem ao ACTA”.

Como sabemos, o México foi o primeiro país negociador do ACTA que rechaçou sua adoção. Sem dúvida, a falta de cumprimento dos acordos do Grupo de Trabalho do Senado mexicano,  o que incluía informar às partes negociadoras, faz com que a importante decisão que se tomou no ano passado seja um pouco menos que zero à esquerda na discussão internacional que já atrai a atenção de veículos como o jornal inglês The Economist, que chama o tratado de algo como “potencialmente draconiano”.

O The Wall Stree Journal, estadunidense, identifica claramente os responsáveis pela desinformação, ou seja, os patéticos negociadores do ACTA. E ainda não deixam escapar a oportunidade para apontar um perigo real do acordo: a “balcanização” [segmentação] da internet.

Pois bem, como disse antes, ACTA começou fatal e terminará ridiculamente mal. Suponho que seja difícil manejar uma bola de neve e corrupção desse tamanho. O copyright, suas leis, tratados e impulsores, como sempre: falharam.

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