Autonomia e disciplina

Tecnologia ajuda, mas não basta. O aluno precisa se dedicar.

ARede nº73 setembro de 2010 – Equipamentos avançados não garantem qualidade. Não basta ter chats 24 horas para plantões de dúvidas, fóruns de discussão e videoaulas atualizadas todos os dias. Também não basta que os pólos presenciais sejam equipados com o que há de mais avançado em mídias digitais. “A qualidade do curso – ou a falta de – continua dependendo de quem está nas duas pontas dessa relação: o professor e o aluno”, ressalta José Valente, do Núcleo de Informática Aplicada à Educação, da Universidade Estadual de Campinas. Uma expectativa perigosa, aponta o educador, é considerar que a formação online requer pouco empenho: “Pelo contrário, exige mais maturidade e esforço individual”.

Odair Anselmo de Oliveira captou perfeitamente o espírito da coisa. “Tenho que me dedicar porque só dependo de mim”, diz. Ele resolveu fazer um curso técnico em Informática, pela internet, depois de ser fisgado por um cartaz na parede da rodoviária. Além de gostar do assunto – ele dá aulas de informática – Odair pensou que esse conhecimento ajudaria a resolver o problema da falta de técnicos para manutenção de computadores na escola municipal onde trabalha, em Guaranésia (MG) – há apenas um técnico na cidade. Pensou certo. Com sete meses de estudo, ele já conseguiu consertar uma máquina que estava desativada. O curso de Odair, do e-Tec Brasil, programa do Ministério da Educação, é gratuito. As apostilas são entregues no pólo presencial, onde também acontecem as provas. As aulas, pela internet, podem ser acompanhadas de acordo com a disponibilidade do aluno. Odair estuda em casa, em um PC com conexão Velox, e precisou instalar o sistema operacional Linux, pois só dispunha de softwares proprietários e o curso ensina a trabalhar com softwares livres.

Fez um plano estratégico rigoroso: estuda todos os dias da semana, das 18h às 21h30 ou 22h; e nos finais de semana, sábado e domingo, a tarde toda, até as 21h. “É bastante conteúdo. Exige muita pesquisa”, conta. Outra dificuldade é a falta de contato com um professor presencial. “Você manda uma pergunta por 
e-mail e fica esperando a resposta”, revela. Além dos conceitos técnicos, Odair aprendeu outras lições que considera igualmente importantes. Para atingir seu objetivo e fazer um bom curso, precisou desenvolver habilidades que vão ajudá-lo em outras atividades, como disciplina, autonomia e visão crítica. (A.L.)

Os cursos mais procurados
Na graduação, os cursos com maior demanda são administração, pedagogia e tecnologia.
• Administração – Faculdade Aiec (www.aiec.br
e UAB (www.uab.capes.gov.br) • Ciências contábeis – PUC-Minas Gerais (www.pucminas.br) e UAB • Enfermagem – Anhanguera-Uniderp 
(http://ww2.uniderp.br/uniderp¬) e UAB • Filosofia, Física e Geografia – Centro Universitário Claretiano (www.claretiano.edu.br) e UAB • Matemática – PUC-São Paulo (www.pucsp.br) e UAB • Pedagogia – Faculdade Interativa COC (www.estudeadistancia.com.br)e UAB • Química – Consórcio Cederj (www.cederj.edu.br) e UAB • Tecnologia em gestão de recursos humanos – Universidade Anhembi Morumbi (http://portal.anhembi.br) e UAB • Tecnologia em processos gerenciais – FGV
(http://portal.fgv.br) e UAB (L.M.)

 

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