Conexão Social -CPqD nova em inclusão.

CPqD inova em inclusão.

Aplicações ajudam usuários com baixo letramento digital e com necessidades especiais.Rosa Sposito

Para promover efetiva­mente a inclusão digital, não basta oferecer computador com acesso à internet em banda larga. Essa é a visão do CPqD, apresentada no seminário “Novas Fronteiras da Inclusão Digital”, realizado no final de março. Para o Centro, a inclusão digital depende não só da oferta de acesso, mas também de tecnologias e ferramentas que facilitem o uso dos recursos do computador e, ainda, de conteúdos adequados e de interesse da população — como os serviços de governo eletrônico.

Foi com esse foco que nasceu o projeto Soluções de Telecomunicações para Inclusão Digital (STID), concebido e executado pelo CPqD para o Ministério das Comunicações. “Os objetivos são desenvolver serviços de e-gov que promovam a inclusão digital e conceber ferramentas e modelos de interação que permitam a usuários com baixo letramento e deficiências sensoriais ter acesso a esses serviços”, explicou Luiz Rolim, coordenador do projeto.

Os principais alvos do STID são os analfabetos, os idosos e os deficientes visuais e auditivos. Para atender esse público, os telecentros implantados pelo CPqD em duas cidades do interior paulista — Bastos e Santo Antonio de Posse —, que funcionam como campos de teste das tecnologias desenvolvidas, são equipados com recursos de acessibilidade como impressoras em braille, leitor de telas e teclado especial para deficientes visuais, além de identificação via reconhecimento facial.

O CPqD também desenvolveu uma interface de usuário destinada a facilitar o acesso e a utilização dos serviços nos telecentros. Essa interface está
ganhando uma nova versão, batizada de STID-W, criada a partir das experiências e dos testes de usabilidade realizados em campo e também nos
laboratórios do CPqD. Uma das novidades introduzidas, por exemplo, é o uso de cores para identificar os diferentes tipos de serviço. Outro recurso disponível é a síntese de voz, utilizada para “ler” para o usuário — em particular, os analfabetos e deficientes visuais — as opções apresentadas na tela do computador. Também são usados ícones, fotos e, para conteúdos mais longos, vídeos com legendas — destinadas a atender às necessidades de deficientes auditivos.

O projeto STID contempla, ainda, o desenvolvimento de aplicações para serviços de cidadania eletrônica. Duas delas, também desenvolvidas pelo CPqD, estão sendo utilizadas desde janeiro nos telecentros de Bastos e Santo Antonio de Posse — que têm, respectivamente, 80 e 74 usuários. Uma das aplicações é o Inclua Saúde, que permite ao cidadão agendar consultas e tratamentos médicos em várias especialidades utilizando o computador, nos telecentros ou nos postos de saúde (três deles, em cada cidade, estão interligados ao telecentro). O outro serviço é o Previdência Fácil, que fornece informações e ajuda os trabalhadores rurais e urbanos no processo para obter o benefício da aposentadoria.