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Projeto patrocinado pela Sun vai treinar 500 jovens de baixa renda, entre 16 e 24 anos. As inscrições começam no dia 1º de julho.


Projeto patrocinado pela Sun vai
treinar 500 jovens de baixa renda, entre 16 e 24 anos. As inscrições
começam no dia 1º de julho.

Transformar 500 jovens de baixa
renda, com 16 a 24 anos, em técnicos em tecnologia de software livre e
colocá-los no mercado é a proposta do Programa Técnico Cidadão – Rede
Livre de Jovens Empreendedores Contra a Pirataria. O programa é
resultado de parceria entre o Ministério do Trabalho e Emprego, a
empresa americana Sun Microsystems e a Sociedade de Usuários Sou- Java,
com apoio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e do
Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), da Presidência da
República. As inscrições começam no dia 1º de julho, pela internet, no
endereço www.soujava.org.br/cms/tecnicocidadao. As vagas serão
distribuídas entre as cidades de São Paulo (200), Rio de Janeiro (100),
Brasília (100) e Porto Alegre (100). Formados, os jovens sairão a campo
para viabilizar o suporte e instalação de programas em plataforma
aberta.

A idéia é estimular o uso de softwares livres em pequenas empresas e
usuários domésticos dos grandes centros urbanos e, ao mesmo tempo,
qualificar novos profissionais para o mercado de trabalho e combater à
pirataria de programas de computador. Jovens de baixa renda, incluídos
na faixa etária do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego
(PNPE), são o alvo principal do programa. No lançamento, o
secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Alencar Ferreira,
lembrou o fascínio de crianças e adolescentes por tecnologia,
independente da classe social, mas não deixou de observar que o Brasil
ainda tem 1,2 milhão de jovens analfabetos e, que, nessa faixa etária,
o índice de desemprego é maior.

“Essa rede que vamos iniciar permitirá que as pessoas, especialmente
usuários domésticos, saiam da situação de irregularidade, abandonando
os softwares piratas”, disse o presidente do ITI, Sérgio Amadeu, que
observou tratar-se de um curso extremamente avançado. “A maioria das
pessoas não sabe instalar programas, sejam livres ou proprietários. É
um mito dizer que o software proprietário é mais fácil de instalar”,
reforçou. Esses jovens, acredita, vão legalizar os computadores de seus
clientes e oferecer, ao mesmo tempo, produtos de qualidade. Não há
investimento financeiro direto do governo nessa primeira etapa. A
iniciativa será bancada pela Sun. Posteriormente, o Ministério do
Trabalho deverá oferecer uma ajuda de custo aos jovens selecionados.

De acordo com o presidente da Sun Microsystems no Brasil, Cleber
Morais, a Sun é uma grande provedora mundial de códigos para comunidade
de software livre e se diz entusiasmada em apoiar o governo brasileiro
e em contribuir para a difusão do conhecimento da tecnologia entre os
jovens e na sociedade em geral. Há disposição dos parceiros para, numa
segunda etapa, ampliar o número de jovens e de cidades beneficiadas,
para o que esperam contar com o apoio de outras empresas.

Os candidatos passarão por duas fases de seleção. Os inscritos deverão
fazer uma prova de 20 questões, que exigirá conhecimentos básicos em
informática, software livre, lógica e interpretação de textos. A
condição social dos candidatos será considerada como critério de
pontuação. Os testes serão aplicados nos dias 23 e 24 de julho. Os
locais dos cursos, nas quatro capitais, serão divulgados a partir do
dia 26, juntamente com os nomes dos candidatos selecionados. Os
treinamentos serão realizados durante todo o segundo semestre e
incluirão módulos de GNU/Linux básico e avançado, navegador de
internet, Solaris e Java. A segunda etapa vai contemplar disciplinas
como certificação digital e empreendedorismo, ministradas pelo ITI e
Sebrae.