Marina Pita,
do Tele.Síntese
23/04/2014 – A presidente Dilma Rousseff, durante a abertura do NETMundial nesta quarta-feira (23), frisou que, para além de intenções e princípios, o evento deve se comprometer com um roteiro para aperfeiçoamento da governança global da internet.
“Não pensamos de substituir os diversos fóruns que se ocupam do tema, mas estabelecer uma nova dinâmica e é necessário um sentido de urgência. Partimos da premissa que todos queremos proteger a internet como espaço democrático de todos”, afirmou a presidente.
Dilma defendeu uma governança multissetorial, mas também multilateral, em que todos os governos tenham o mesmo peso nas decisões. “Essa defesa do multilateralismo é consequência de um princípio elementar: a igualdade entre os estados. Não vemos oposição entre multilateralismo e multissetorialismo”, afirmou, para complementar com a importância da globalização de organizações com funções de gestão centrais, como a ICANN e IANA.
A presidente também propôs que a nova governança da internet garanta, na prática, a participação de países em desenvolvimento. “Os temas centrais para esses países, tal como a ampliação da conectividade, acessibilidade e respeito à diversidade devem ser centrais na agenda internacional. Não adianta [as organizações] serem abertas do ponto de vista formal, é preciso remover as barreiras visíveis e invisíveis”. Dilma defendeu o fortalecimento do Fórum de Governança da Internet e a ampla revisão do documento criado há dez anos, na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI), durante o CMSI+10.
O fortalecimento do IGF e a criação de um modelo de financiamento do Fórum também foi defendido por Vint Cerf, conhecido como um dos pais da internet e evangelista do Google. A ONU, durante a abertura, anunciou Janis Karklins Lativa, como conselheiro. A secretaria-geral do Forum Global de Internet segue vaga. Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia, já havia frisado, antes do encontro, sua posição de fortalecimento do IGF.