Ninguém sabe onde começou, nem quando. Mas há pelo menos dez anos, com
a disseminação do sistema operacional livre Linux, são realizadas as
install fests, ou festas de instalação de softwares livres, em vários
países do mundo. Podem acontecer como eventos isolados, organizadas por
um grupo ou por uma entidade, como podem aparecer dentro de
megaeventos, como o Festival de Instalação Latino-Americano de Software
Livre (FliSol 2006), realizado no dia 25 de março em 12 países,
inclusive o Brasil (em 23 cidades).
Não importa o formato, o papel dessas festas de instalação, tema da
reportagem de capa, é sempre o mesmo. Promover a cultura do software
livre e atrair novos integrantes para o movimento de desenvolvimento
compartilhado de programas não-proprietários. No Brasil, as festas de
instalação pipocam pelo país todo. Não é um movimento com comando
centralizado. Elas vão acontecendo ao sabor do nível de organização de
cada grupo. Definida a data, a comunidade é mobilizada para o evento –
os interessados levam seus micros nos quais serão instalados os
softwares livres por programadores voluntários. É como uma guerra de
guerrilhas que, a cada festa de instalação, engrossa o movimento do
software livre com a adesão de novos usuários. E a teia vai se
ampliando num ritmo que já impôs mudanças nas estratégias de grandes
empresas desenvolvedoras de software.
Muito a comemorar
Nesta edição, comemoramos o primeiro aniversário da revista ARede. Foi
um ano de muito trabalho, para conseguir consolidar um projeto
audacioso – uma revista de circulação gratuita para as redes de
telecentros e de comunicação comunitária, para os formuladores de
políticas públicas que usam as tecnologias de informação e comunicações
para a inclusão social. Isso foi possível, graças ao apoio dos
patrocinadores, e do nosso conselho editorial e dos leitores, que nos
ajudam a construir o projeto com sugestões, temas para debate e com a
divulgação d’ARede em suas comunidades. Neste primeiro ano, conseguimos
algumas vitórias: 56% da tiragem é distribuída a monitores e gestores de
projetos de inclusão digital; formamos uma rede de repórteres
comunitários espalhada pelo país; e conquistamos um prêmio especial de
imprensa do Instituto Telemar. Agora, outra boa notícia: ARede teve seu
projeto aprovado na Lei Rouanet de incentivo cultural, o que,
esperamos, facilitará a adesão de novos apoiadores e, com isso, a
ampliação da cobertura feita pela revista e o aumento da sua tiragem.