Editorial


No caminho certo




Desde o seu lançamento, dois anos atrás, a revista ARede
defende a necessidade de uma coordenação para as ações de inclusão
digital do governo federal, que harmonize os programas existentes sob o
guarda-chuva de uma política pública claramente definida. O que
permitiria otimizar os recursos investidos e atingir mais rapidamente
os objetivos traçados. Por isso, a nomeação de Cezar Alvarez, assessor
especial da Presidência da República, para desempenhar tal função é um
passo importante rumo à construção de um Programa Nacional de Combate à
Exclusão Digital. Alvarez coordenou o bem-sucedido programa Computador
para Todos que, finalmente, a partir de julho, passa a oferecer conexão
discada à internet a R$ 7,50 mensais por 600 horas/mês (saiba mais). E também está à frente do programa Um Computador por Aluno, o UCA,
que desenvolve testes piloto com computadores educacionais. A indicação
de Alvarez leva para o centro do poder, o Palácio do Planalto, a
coordenação das ações de inclusão digital, o que significa lhe conferir
caráter estratégico e de política. Como são vários ministérios
envolvidos, a coordenação em um ministério não funciona: indicado para
a missão, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, nunca chegou a
exercer o papel, de fato.

Outra boa notícia é o lançamento do novo edital do Gesac (saiba mais), que prevê a contratação de 20 mil pontos de banda larga,
multiplicando por cinco seu número de conexões. Vai colocar pelo menos
uma conexão em cada município e apoiar a implantação do Programa de
Desenvolvimento da Educação (PDE), interconectando mais 8 mil escolas.
De modo que, até o final do ano ou começo de 2008, todas as 14 mil
escolas de ensino médio do país tenham banda larga. O edital que está
em consulta pública é só para a conectividade. Mas o Minicom está
finalizando um segundo edital para a contratação dos administradores
dos pontos de presença (atuais implementadores). Fundamentais, são eles
que treinam os monitores, animam oficinas e transformam a conexão
física em um programa de inclusão social.

SOS Saúde

A reportagem de capa desta edição mostra que a área
da saúde está muito atrasada no uso da tecnologia da informação e
comunicações. Existem até projetos de muito boa qualidade, mas o que se
tem é uma colcha de retalhos, sem um projeto estruturador que
transforme os investimentos feitos em salto de qualidade no atendimento
ao cidadão.