Da redação
13/03/2013 – A ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras divulgou ontem (12) relatório sobre países que mais praticam a censura na internet e as empresas que mais colaboras para a limitação da liberdade de comunicação em países com governos totalitários. Segundo o documento, Barein, China, Irã, Síria e Vietnã são os cinco países que mais censuram a internet, limitam o acesso dos usuários à pluralidade da rede, e vigiam os acessos dos cidadãos.
No Barein, país com melhor conexão à rede do oriente médio, os ativistas políticos que se manifestam online são vigiados e filtros dificultam o acesso a conteúdos na rede. Os ativistas são vítimas de golpes digitais, como phishing ou de captura de IP, método que consiste na invasão de e-mails ou derrubada de contas por programas maliciosos. O governo do país usa programas de vigilância das empresas Blue Coat, Gamma International e Trovicor. Teria encarcerado, ainda, ativistas digitais.
Na China, todos os provedores de acesso são estatais e há inúmeros departamentos na administração pública encarregados de restringir e censurar o acesso a conteúdos na internet. O grande Firewall da China, como é chamado o sistema de segurança que impede os chineses de acessar sites proscritos pelo governo usa tecnologia da Blue Coat. O sistema ainda derruba conexões que tentem transmitir informações criptografadas. Uma delas, permite monitorar, identificar e controlar pacotes de dados de qualquer tipo trocados online. Por lá, também existem denúncias de ativistas digitais e jornalistas presos por tentativas de burlar o grande Firewall.
O Irã é acusado de reduzir a velocidade de acesso de usuários ao detectar indícios de ativismo. Qualquer conteúdo pode ser bloqueado por suspeita, o que faz com que mesmo sites de receita, cultura ou moda sejam derrubados. A Repórteres Sem Fronteiras afirma ainda, no relatório, que o país está mesmo prestes a botar para funcionar uma internet própria, separada do restante da rede mundial, com alta velocidade de acesso, porém vigilância plena. Os trabalhos teriam sido acelerados após ataques cibernéticos a plantas nucleares do país. Hoje, o acesso à internet é limitado à velocidade de 128 kbps. Empresas chinesas, como Huawei e ZTE, criaram tecnologias de vigilância para o governo iraniano.
A rede síria é construída para permitir filtragem e controle de conteúdo – inclusive dados criptografas ou chamadas VoIP. Uma tática comum para vigiar ativistas é usar a técnica do “intermediário”, segundo a qual o governo libera acesso a sites como Facebook e Twitter após um período de bloqueio. O usuário que entrar nos sites, porém, atravessa um sistema que reconhece e armazena login e senha. O governo local também investe em técnicas de phishing e engenharia social (coleta de dados pessoais no mundo físico que permitam identifica senhas e comportamentos na rede). A empresa que colaboraria com o regime de Bashar Al-Assad seria a Blue Coat.
O Vietnã, no sudeste asiático, tem uma das piores conexões com a internet. Além da velocidade reduzida, a maioria dos provedores são controlados pelo partido comunista. A exemplo dos demais países nesta lista, o Vietnã usa técnicas de controle como o intermediário, bloqueio de DNS e censura a sites como Facebook. Os usuários ão vigiados também no uso de seus telefones celulares. Os cibercafés do país são obrigados, ainda, a instalar softwares que permitem ao governo monitorar o uso das máquinas. O país teria, ainda, um ciber-exército, encarregado de varrer a rede de comentários contra as políticas do partido.